Não, elas não são necessárias, como muitos devem pensar. Uma mudança de tal realidade é possível se houver planejamento e iniciativa provenientes do Governo. Para entender melhor, vamos ver como as favelas se formaram, cresceram e afetam ao nosso cotidiano.
As favelas, eufemicamente denominadas comunidades, como um todo, são problemas históricos, que começaram a se desenvolver a partir da implantação da mão-de-obra escrava no Brasil. Os escravos, a partir do momento no qual conseguiam se libertar dos engenhos, e iam para onde? Afinal, eles eram provenientes da África (continente o qual encontra-se apenas a um oceano de distância daqui) e, apesar de terem obtido sua liberdade (fugindo ou por meio de carta de alforria) não tinham condições financeiras para se manterem numa vida independente justa. A solução: primeiramente a criação dos quilombos, e posteriormente, das favelas.
Daí surge o problema. Começa a haver um contingente gradativo de população pobre para essas áreas alternativas, as quais são caracterizadas pelas casas de construção precária, falta de saneamento básico, baixa segurança, e concentração de população de baixo nível econômico e social. Uma zona realmente atrativa para tal “público”. Mas nem sempre favela foi sinônimo de violência, de tráfico, de bandidos, nem sempre a favela determinou a vida da sociedade como se caracteriza atualmente.
Tal problema teve real início na década de 80, quando Leonel Brizola, governador do estado do Rio de Janeiro na época, proibiu a polícia de subir o morro, para impor a ordem. Vendo esse cenário ainda mais atrativo, os bandidos foram para onde? Para as favelas, que, sem a polícia, seriam locais de fácil domínio ideológico e social. A partir desse ponto, o controle das favelas pela polícia se tornou cada vez mais difícil, até chegar nos dias de hoje, onde o tráfico manda no morro, guerreia com outros tráficos e interfere diretamente na vida da sociedade (mesmo a fora da favela). Os políticos defendem a estadia da população pobre na favela para manter a condição de pobreza e inconsciência da população ali residente e para conseguir votos quase que por escambo*, criando os chamados "currais eleitorais".
Atualmente, o governo não tem mais controle sobre as favelas, e essas, pelo que parece, não estão submetidas à Constituição brasileira, à Lei Tributária nacional (não há impostos cobrados “em cima” da produção da favela, sobre a ocupação territorial, etc.), e algumas também a contratos particulares ou públicos (como luz, TV fechada, banda larga, água e etc., os quais são desviados de pontos particulares), dentre outros.
Tal realidade apenas é um fator degradante para o cenário brasileiro, tanto econômico, quanto social, pois ela piora a imagem brasileira como um todo internacionalmente, diminui os impostos arrecadados pelo governo, que, apesar de serem mal aplicados, têm boas bases.
A solução mais efetiva, na minha opinião, é a desocupação das favelas e encaminhamento da população para zonas preparadas para receber os milhões de habitantes provenientes das favelas.
“Centros periféricos” projetados e construídos pelo governo seriam o ideal para o alojamento de tal população. Agora, fazer igualmente o Governo vêm fazendo, que é dar muitas coisas de "mão beijada" para o povo (através do Bolsa família, e afins), não é possível. Minha ideia é impor condições para tais incentivos, e também para autorização de moradia em tais “centros periféricos” – o indivíduo deve estar trabalhando (ou ser aposentado).
A partir da transição dos moradores de favelas para tais “centros periféricos” a vigilância iria se tornar mais fácil, uma vez que o policiamento estaria presente antes da instauração dos moradores, e o tráfico que controla o morro iria perder forças, assim também tornando a ação policial mais fácil.
A solução, definitivamente não é construir muros ao redor das favelas, para evitar o crescimento das mesmas. Uma que é mais correta é a criação de UPPs, para o governo retomar o controle das mesmas, e, o que é uma alternativa prática, ainda que não possa ser permanente, é tornar as favelas parte da sociedade, impondo às regiões a Constituição brasileira e minimizando ao máximo a violência até a construção de tais "centros periféricos" estar finalizada e a mudança da população ser feita.
Agora, essa é minha opinião, que a favela só serve para piorar a situação de seus moradores, degradar a imagem brasileira e cria zonas que funcionam como currais políticos, por isso não as considero um mal necessário.
Formulem as suas ideias, discutam com seus amigos, reflitam e mandem e-mails ou comentem aqui.
*escambo – troca feita entre índios e colonizadores, no final do século XV e século XVI, onde os índios, em troca de espelhos, apitos, pentes e etc. forneciam pau-brasil aos portugueses.
Até mais.
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