Vejam este vídeo, um discurso de um veterano americano da Guerra do Iraque:
Depoimento de Mike Prysner, um veterano da guerra do Iraque.
O soldado Mike Prysner participou num painel que debateu a má gestão dos militares norte-americanos no Iraque e a prática do assassinato, as torturas, os abusos e o tratamento insolente dos militares americanos contra os civis iraquianos. Mas disse mais, muitíssimo mais:
"[...] Disseram-nos que lutávamos contra o terrorismo, mas o verdadeiro terrorista era eu e o verdadeiro terrorismo é esta ocupação.
[...] Embora essas armas sejam criadas pelo governo, são inofensivas se não houverem pessoas dispostas a utilizá-las. Aqueles que nos enviam para a guerra não têm que apertar um gatilho ou de lançar uma salva de morteiros. Eles não têm que lutar na guerra, só têm de nos vender a guerra. Precisam de um público disposto a enviar e a colocar os seus soldados em perigo. Precisam de soldados dispostos a matar e a ser mortos sem fazer perguntas.
Eles podem gastar milhões numa única bomba, mas essa bomba só se torna uma arma quando os militares subordinados se dispõem a seguir as ordens para usá-la. Podem enviar tropas para qualquer lugar da terra, mas só haverá guerra se os soldados estiverem dispostos a combater. A classe dominante, os bilionários que lucram com o sofrimento humano, que apenas se preocupam em aumentar a sua riqueza e controlar a economia mundial, sabem que a sua força reside apenas na sua capacidade de nos convencerem de que a guerra, a opressão e a exploração são do nosso interesse. Eles sabem que a sua riqueza está dependente da sua capacidade de convencerem os cidadãos a morrer para poderem controlar o mercado de outro país. E convencer-nos a morrer e a matar depende da sua capacidade para nos fazerem acreditar que somos de alguma forma superiores.
Os soldados, os marinheiros, os fuzileiros e os aviadores nada têm a ganhar com esta guerra. A grande maioria das pessoas que vive nos Estados Unidos não tem nada a ganhar com esta guerra. Na verdade, não só os soldados e os trabalhadores não ganham nada com esta ocupação, como sofrem por causa dela. Somos mutilados, suportamos traumas e damos as nossas vidas. As nossas famílias têm de olhar para os caixões cobertos com a bandeira que descem à terra. Milhões de pessoas neste país sem cuidados de saúde, nem emprego, nem acesso à educação, vêem este governo desperdiçar mais de 400 milhões de dólares por dia nesta ocupação.
Os trabalhadores pobres deste país são enviados para matar trabalhadores pobres de outro país, para tornar os ricos ainda mais ricos. Não havendo racismo, os soldados percebem que têm mais em comum com o povo iraquiano do que com os bilionários que nos enviam para a guerra.
Eu atirei pessoas das suas casas para a rua no Iraque. Mas quando voltei para casa, encontrei famílias atiradas para a rua por esta crise trágica e desnecessária da execução das hipotecas. Precisamos de acordar e de perceber que os nossos verdadeiros inimigos não estão numa terra distante, que não são pessoas cujos nomes nós não conhecemos e cujas culturas não entendemos.
O inimigo é gente que conhecemos bem e que podemos identificar, o inimigo é o sistema que nos manda para a guerra, quando tal é rentável; os inimigos são os administradores que nos expulsam dos empregos quando tal é rentável; são as companhias de seguros que nos negam cuidados de saúde quando tal é rentável; são os bancos que nos tiram as nossas casas quando tal é rentável. Os nossos inimigos não estão a 5.000 milhas de distância. Eles estão aqui em casa, e se nos organizarmos e lutarmos com os nossos irmãos e irmãs, podemos parar esta guerra, podemos parar este governo, e podemos criar um mundo melhor."
"[...] Disseram-nos que lutávamos contra o terrorismo, mas o verdadeiro terrorista era eu e o verdadeiro terrorismo é esta ocupação.
[...] Embora essas armas sejam criadas pelo governo, são inofensivas se não houverem pessoas dispostas a utilizá-las. Aqueles que nos enviam para a guerra não têm que apertar um gatilho ou de lançar uma salva de morteiros. Eles não têm que lutar na guerra, só têm de nos vender a guerra. Precisam de um público disposto a enviar e a colocar os seus soldados em perigo. Precisam de soldados dispostos a matar e a ser mortos sem fazer perguntas.
Eles podem gastar milhões numa única bomba, mas essa bomba só se torna uma arma quando os militares subordinados se dispõem a seguir as ordens para usá-la. Podem enviar tropas para qualquer lugar da terra, mas só haverá guerra se os soldados estiverem dispostos a combater. A classe dominante, os bilionários que lucram com o sofrimento humano, que apenas se preocupam em aumentar a sua riqueza e controlar a economia mundial, sabem que a sua força reside apenas na sua capacidade de nos convencerem de que a guerra, a opressão e a exploração são do nosso interesse. Eles sabem que a sua riqueza está dependente da sua capacidade de convencerem os cidadãos a morrer para poderem controlar o mercado de outro país. E convencer-nos a morrer e a matar depende da sua capacidade para nos fazerem acreditar que somos de alguma forma superiores.
Os soldados, os marinheiros, os fuzileiros e os aviadores nada têm a ganhar com esta guerra. A grande maioria das pessoas que vive nos Estados Unidos não tem nada a ganhar com esta guerra. Na verdade, não só os soldados e os trabalhadores não ganham nada com esta ocupação, como sofrem por causa dela. Somos mutilados, suportamos traumas e damos as nossas vidas. As nossas famílias têm de olhar para os caixões cobertos com a bandeira que descem à terra. Milhões de pessoas neste país sem cuidados de saúde, nem emprego, nem acesso à educação, vêem este governo desperdiçar mais de 400 milhões de dólares por dia nesta ocupação.
Os trabalhadores pobres deste país são enviados para matar trabalhadores pobres de outro país, para tornar os ricos ainda mais ricos. Não havendo racismo, os soldados percebem que têm mais em comum com o povo iraquiano do que com os bilionários que nos enviam para a guerra.
Eu atirei pessoas das suas casas para a rua no Iraque. Mas quando voltei para casa, encontrei famílias atiradas para a rua por esta crise trágica e desnecessária da execução das hipotecas. Precisamos de acordar e de perceber que os nossos verdadeiros inimigos não estão numa terra distante, que não são pessoas cujos nomes nós não conhecemos e cujas culturas não entendemos.
O inimigo é gente que conhecemos bem e que podemos identificar, o inimigo é o sistema que nos manda para a guerra, quando tal é rentável; os inimigos são os administradores que nos expulsam dos empregos quando tal é rentável; são as companhias de seguros que nos negam cuidados de saúde quando tal é rentável; são os bancos que nos tiram as nossas casas quando tal é rentável. Os nossos inimigos não estão a 5.000 milhas de distância. Eles estão aqui em casa, e se nos organizarmos e lutarmos com os nossos irmãos e irmãs, podemos parar esta guerra, podemos parar este governo, e podemos criar um mundo melhor."
Esse episódio retrata muito bem o objetivo do blog, que é incentivar o protesto, a indagação e a discussão.
ResponderExcluirO capitalismo tem uma base ideológica pouco engraçada: os governantes definem que o povo deve consumir, o povo deve trabalhar, o povo deve guerrear pelo país que os próprios políticos representam. E ainda há grande incentivo para isso ocorrer: a verba gastada em marketing, a imagem de militares heróis que é passada ao povo..
Não acho que o mundo seria melhor sem o capitalismo, mas penso que há uma grande falha a níveis mundiais: a tentativa de união do capitalismo com a democracia, afinal, a democracia consiste no poder da maioria do povo em eleger alguns políticos para representarem o país e governarem-no. O capitalismo consiste em um sistema economico o qual o lucro é permitido e almejado, a livre concorrência e a desigualdade social é permitida e existente. Com tal sistema, haverá concentração de renda (muito nas mãos de poucos e pouco nas mãos de muitos). A democracia, então, será ditada pela população de baixa renda, que, se não for muito bem instruída e educada, elegerá candidatos erroneamente, assim criando outra grande bola de neve.
A honestidade vem se perdendo da mente da sociedade, talvez por medo, talvez pelo egoísmo; esses que fazem a humanidade chegar onde chegou: não se preocupando com o meio ambiente, seguindo ordens de cabeça baixa, não protestando contra a corrupção, não se importando com o próximo, não exigindo nossos Direitos, excluíndo da sociedade todos aqueles que não nos interessam, dentre tantos outros problemas.
"This ain't the Hell, but we can see it from here." (Mike Prysner)